Recentemente lançado no Brasil, "Som da Liberdade" se tornou um fenômeno controverso nas bilheterias americanas, arrecadando mais de US$ 180 milhões com um orçamento estimado de US$ 14,5 milhões. Surpreendentemente, ultrapassou blockbusters como "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" e "'Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1" nos Estados Unidos.

O filme é baseado na história verídica de um ex-agente do governo que resgata crianças de criminosos colombianos envolvidos em exploração infantil, e essa trama atraiu a atenção política nos EUA. Enquanto a direita elogia o filme como um tributo ao trabalhador americano negligenciado pelas elites de Hollywood, a esquerda o acusa de ser uma ferramenta de recrutamento da extrema direita, promovendo teorias conspiratórias como o QAnon, que alega a existência de uma seita de pedófilos em Hollywood e no Partido Democrata.

A distribuidora do filme, Angel Studios, nega veementemente qualquer ligação política ou conspiratória e enfatiza que o filme não adere a tais teorias. De acordo com o presidente-executivo da Angel Studios, Neal Harmon, "Qualquer um que tenha visto o filme sabe que não é sobre teorias conspiratórias."

Entretanto, o filme não está livre de controvérsias. O ex-agente especial de Segurança Nacional, Tim Ballard, interpretado por Jim Caviezel, é acusado de assédio sexual por sete mulheres que afirmam que ele as coagia a compartilhar a cama ou tomar banho com ele durante operações para enganar criminosos. Ballard nega as acusações e se afastou do grupo depois de investigações internas.

O filme também adotou um sistema de doações de ingressos para aumentar sua popularidade, permitindo que qualquer pessoa compre ingressos e os disponibilize para outros interessados. Figuras notáveis da direita norte-americana, incluindo Jordan Peterson, Ben Shapiro e até o ex-presidente Donald Trump, demonstraram apoio ao filme, com Trump exibindo-o em seu clube de golfe.